Eu estava deitada na cama, olhando para o teto, com os fones de ouvido plugados no mp3. Aumentei o volume. Queria desesperadamente parar de pensar nele. Mas pensando bem, a música que eu ouvia não me ajudava a esquecê-lo. Eu precisava me distrair. Juntei todas as minhas forças, tentando não levantar e pegar o meu celular sobre a escrivaninha. Queria muito ouvir sua voz novamente. Queria ficar olhando para ele o dia inteiro, a noite inteira. Mas ele não era meu. Nem sequer olhava para mim.
Senti uma lágrima correr em meu rosto. Eu pude perceber que estava tremendo quando sentei-me na cama, livrando-me dos fones. Respirei fundo duas vezes, peguei meu casaco, saí porta afora.
Não queria pensar sobre o que diria a ele porque acabaria mudando de ideia e dando meia volta. "Tudo bem se eu parecer uma idiota desesperada parada do lado de fora da porta de entrada." pensei. Pelo menos ele ia saber a verdade. Ia saber o que se passa na minha cabeça o dia e a noite inteira, nos meus sonhos.
No meio do caminho, as lágrimas corriam soltas e eu sentia um aperto no peito insuportável. Queria acabar logo com isso e voltar para a minha cama quentinha. Chorar como um bebê em uma hora dessas não ajudaria em nada.
Eu estava tão nervosa que parei no meio do caminho e sentei-me em um dos bancos da praça. Fazia-me a mesma pergunta o temp inteiro: "tem certeza de que vai fazer isso, Tereza?". Os minutos foram passando assim como a noite se aproximando. Eu, antes tão determinada a falar com ele, cara a cara, agora parecia uma criança com medo. Uma brisa gelada de repente soprou e meus cabelos negros dançaram, voando com o vento. Eu me sentia uma aberração. Sentada ali, sozinha na praça mal iluminada pela réstia de Sol que ainda sobrara do dia. Começei a chorar sem parar. Soluços cada vez mais fortes me inundavam o peito e um nó gigante se formou em minha garganta. E então, fui surpreendida por uma voz masculina vindo de trás de mim.
—Tereza? É você? O que aconteceu? Por que está sozinha aqui?
Thomas? Era Thomas? Sim. Era ele.
Tentei rapidamente me recompor. Enxuguei as lágrimas com a manga da camiseta, mas ele ja havia me visto chorando.
—Thomas? — perguntei.
—Tereza. Por que está chorando? — ele parecia preocupado.
—Deixa pra lá. Eu... — não consegui terminar a frase.
Ele ficou me olhando com aqueles olhos azuis, esperando uma explicação para o choro.
—Eu estou aqui para te dizer umas coisas. - consegui dizer, olhando para o chão.
—Aqui? Mas... Minha casa é para lá. — ele apontou para a sua rua, a alguns quarteirões dali.
—Eu... Desculpa, Thomas! — fui covarde. Virei as costas e corri. O mais rápido que pude para qualquer lugar. Longe dali.
— Tereza! Eu amo você! — gritou ele. Aquilo foi demais pra mim. Eu parei, incrédula. Eu ouvi certo? Ele disse que me amava? Quando pude perceber, ele me tomou nos braços e, delicadamente, me beijou. Não tenho palavras para descrever o que senti nesse momento. Talvez felicidade... Pura e sólida. Eu irradiava felicidade por todos os poros do meu corpo. Eu não queria largá-lo. Achei que se o soltasse ele iria embora e me deixaria sozinha ali, e eu voltaria ao meu mundo solitário.
E então... Simplesmente... Acordei!
Fora tudo um sonho? Um maldito sonho? Me desfiz em lágrimas. Ouvi então o toque de mensagens do meu celular.
Abri a mensagem e li:
De: Thomas
Para: Tereza
"Bom dia, meu anjo!"
FIM
terça-feira, 15 de novembro de 2011
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